sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

[Opinião] Frankenstein - Mary Shelley

Título: Frankenstein
Autoria: Mary Shelley
Editora: BIS
Nº de Páginas: 240
Classificação:4/5

Sinopse:
"Frankenstein conta a história de Victor Frankenstein, um jovem estudante, que a partir de corpos de seres humanos que obtinha em cemitérios e hospitais consegue dar vida a um monstro que se revolta contra a sua triste condição e persegue o seu criador até à morte.

Frankenstein foi adaptado inúmeras vezes ao cinema, mas a mais memorável imagem do monstro foi encarnada pelo actor Boris Karloff, em 1931, fazendo ainda hoje parte da cultura popular."


Opinião:
Facto nº1: Frankenstein é o nome do doutor/criador do monstro, este por sua vez, não tem nome (se o tiver não é dado a conhecer ao leitor).

Facto nº 2:  A mítica expressão da adaptação cinematográfica "It´s alive! It's alive!" não aparece no livro, aliás, a reação do doutor ao ver a sua criatura ganhar vida é exatamente oposto, ficando extremamente horrorizado, de tal forma que fugiu do seu laboratório a correr.

Esta pequena (mas muito grande obra) é considerada por muitos o primeiro livro de ficção científica e também o primeiro livro de horror. E a melhor parte??? Mary Shelley escreveu-o com apenas 18 anos. 18 ANOS!!! É nestes momentos que sinto que estou a desperdiçar a minha vida. Com 18 anos eu estava estendida num sofá a ler, enquanto ela com 18 anos escreveu uma das grandes obras da literatura mundial.
Na minha opinião, o horror nesta obra não está apenas explícito no texto mas também nos comportamento da sociedade e de Frankenstein perante a criatura. Muitas são as vezes em que se questiona quem é realmente o monstro nesta situação: se é a criatura ou se é a sociedade e o doutor, a primeira por ser construída à base de preconceitos, nem sequer dando uma oportunidade ao monstro, julgando-o logo à partida como ser maléfico; o segundo por ter ultrapassado o seu papel de mero humano, sobrepondo-se às leis da Natureza, acabando por não conseguir lidar com as consequências do seu trabalho, fugindo das suas responsabilidades.
De alguma forma fica claro que a Criatura não "nasceu" um monstro, foi a sociedade e a rejeição por parte do seu criador que o tornaram num monstro.
Para mim é absolutamente impressionante toda a história da Criatura, como depois de abandonado conseguiu sobreviver, aprendendo por si próprio e pela observação dos aldeões todas os mecanismos de sobrevivência que necessitava, educando-se de forma extraordinária ao ler grandes obras da Literatura e da Filosofia, sendo um ser culto, que quando se apercebeu do seu poder, nada nem ninguém o impediu de lutar pelo que queria e pela vingança que achava merecida.
A evolução de Victor Frankenstein foi algo muito bem conseguido, sendo uma criança curiosa sempre à busca de conhecimento, tornando-se num homem apaixonado e com um fascínio pela descoberta da eletricidade e a oportunidade que esta trazia que reanimar seres mortos. O seu trabalho acabou por ser a sua destruição, afetando a sua saúde física e mental, acima de tudo destruindo tudo o que amava.
Concluindo, este livro está na minha lista pessoal dos 100 livros a ler antes de morrer por isso para quem ainda não leu só tenho uma questão: De que é que estão à espera???

Boas leituras! :)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

[Opinião] Uma Vida ao teu Lado - Nicholas Sparks

                                                         Título: Uma Vida ao Teu Lado
A ler...Autoria: Nicholas Sparks
Editora: Edições Asa
Nº de páginas: 448
Classificação: 2/5

Sinopse: "Quando Sophia Danko conhece Luke, algo dentro dela muda para sempre. Luke é muito diferente dos homens ricos e privilegiados que a rodeiam. Através dele, Sophia conhece um mundo mais genuíno e puro do que o seu, mas também mais implacável. Ela tem uma vida protegida. Ele vive no limite. À medida que se descobrem e apaixonam, Sophia encara a possibilidade de um futuro diferente do que tinha imaginado. Um futuro que Luke tem o poder de reescrever... se o segredo que o atormenta não os destruir a ambos. 
Não muito longe, algures numa estrada escura, um desconhecido está em apuros. Ira Levinson tem 90 anos e acabou de sofrer um acidente de carro. Ao tentar manter-se consciente, Ira sente a presença de Ruth, a sua mulher que morreu há 9 anos, materializar-se a seu lado. Ela encoraja-o a lutar pela vida, relembrando a história de amor que os uniu. Ira sabe que Ruth não pode estar no carro com ele mas agarra-se às suas delicadas memórias, revivendo as tristezas e alegrias que definiram a sua paixão. 

Ira e Ruth. Sophia e Luke. Dois casais com pouco em comum, cujas vidas vão cruzar-se com uma intensidade inesperada nesta celebração do poder do amor e da memória. 
Uma viagem extraordinária aos limites mais profundos do coração humano pela mão de Nicholas Sparks."


Opinião: Este é, salvo erro, o décimo terceiro livro que leio deste autor. Não é nem de longe, nem de perto um dos meus autores favoritos mas sim uma escolha algo segura para quando me apetece ler um romance num dia chuvoso. Foi o caso e devo dizer que fiquei desapontada.
Começando pela capa acho-a horrorosa mais parece um poster da adaptação cinematográfica ( se bem que na realidade o poster do filme é muito mais apelativo).
Em relação ao conteúdo em si, a premissa não difere muito da habitual obra de Nicholas Sparks, há algumas inovações como a existência de duas linhas narrativas: a do casal Ira e Ruth e a de Luke e Sophia, que no fim acabam por se encontrar; esta foi de facto a minha parte favorita do livro.
A história e a relação de Luke e Sophia segue o desenvolvimento a que o autor já nos habituou e é aqui que começo a ter problemas com esta obra: quando começo a pensar em todos os livros que já li deste autor chego à conclusão que lá bem no fundo as personagens principais são todas iguais: sim, a situação e o contexto, o ambiente familiar e social podem ser diferentes mas no seu centro todas as personagens têm características algo semelhantes e o seu percurso de desenvolvimento, especialmente no que toca às suas relações amorosas, é igual. Outro aspeto que não me convence ao ler este livro, que também acontece nas demais obras deste escrita, é que logo nos primeiros encontros do casal, referindo-me neste caso a Luke e Sophia, as personagens "desbobinam" toda a sua história de vida que, certamente tem o seu toque de tragédia. Desculpem-me mas isto de realista não tem nada: quem no seu perfeito juízo conta toda a sua vida detalhadamente a um desconhecido, isto incomoda-me, eles nem sequer sabem se a outra pessoa é um criminoso ou um serial killer (o que neste ponto nem seria pior, pois seria mais interessante).
Uma característica que sempre me aborreceu com este autor foi a sua escrita: desculpem se ofendo algum dos seus fãs, mas sempre considerei a sua escrita medíocre, sim ele cria histórias que nos põem a sonhar, mas a escrita não é o seu forte, especialmente os diálogos, através dos quais tenta transmitir a grande maioria da informação sobre as personagens e sobre a ação. Onde ganha pontos é nas descrições, contudo, neste livro em particular, foram por vezes demasiado extensas e aborrecidas dando por mim ocasionalmente a ler "em diagonal".
Concluindo, penso que atingi o meu limite de Nicholas Sparks e talvez seja tempo de por este autor de lado.
Para quem quer ler Nicholas Sparks, acho que esta não é das suas melhores obras, recomendo no entanto Um Refúgio para Vida ou A Melodia do Adeus.
Para os fãs deste autor parece-me que, apesar de não ser dos melhores, penso que irão gostar.
 
Como nota final deixo aqui o trailer do filme baseado neste livro com estreia marcada para 10 de abril deste ano nos Estados Unidos.

Boas leituras :)

sábado, 24 de janeiro de 2015

[Opinião] Pensa num Número - John Verdon

Título: Pensa num Número
Autoria: John Verdon
Editora: Porto Editora
Nº de Páginas: 448
Classificação: 4/5

Sinopse:
"Pelo correio chega uma série de cartas perturbadoras que terminam com uma declaração inquietante: «Pensa num número qualquer até mil, o primeiro que te vier à cabeça… Repara agora como eu conheço bem os teus segredos.» Estranhamente, aqueles que obedecem constatam que o remetente de tais cartas previu com precisão a sua escolha. Para Dave Gurney, um inspetor de homicídios recém-reformado da Polícia de Nova Iorque e amigo de um dos alvos das missivas, o que primeiro lhe pareceu um caso estranho depressa se transforma num complicado quebra-cabeças que levará a uma investigação em grande escala na busca de um pérfido assassino em série.

Convidado como consultor pelo gabinete do procurador, em pouco tempo Gurney consegue alguns avanços na descoberta de pistas que a polícia local negligenciara. Ainda assim, diante de um adversário que parece ter o dom da clarividência e antecipar-se a todos os passos, vê os seus melhores esforços dissiparem-se como areia por entre os dedos. Terá encontrado, ao fim de vinte e cinco anos de carreira exemplar, um adversário capaz de o vencer?


Considerado pela crítica internacional uma obra-prima do suspense, Pensa num Núm3ro dá-nos a conhecer uma personagem fascinante, capaz de rivalizar com Sherlock Holmes ou Poirot."

Opinião: Primeiro que tudo tenho que dizer que este livro foi-me recomendado por várias pessoas, em especial por um funcionário de uma das livrarias que costumo frequentar que afirmou que como eu gostei na trilogia Millennium também gostaria deste livrinho (até sabem os meus gostos adoro-os a todos! ). Com Millennium encontrei poucas semelhanças mas não deixou de uma boa escolha.
Pelo que encontrei por esta internet fora é que as pessoas adoram este livro e percebe-se porquê: Gurney, detetive reformado, depara-se com um enigma aparentemente impossível de resolver e quando este enigma começa a envolver mortes de pessoas que à primeira vista não tinham qualquer relação uma com as outras, Gurney decide "sair" temporariamente da sua reforma e integrar a equipa de investigação.
Sempre envolto de grandes mistérios e jogos psicológicos, muito ao estilo de Mentes Criminosas na minha opinião, esta obra é muito cativante, puxando-nos para dentro do seu mundo, da sua realidade levando-nos numa incessante busca pelo assassino em série, pelos seus motivos e objetivos.
A relação de Gurney com a sua esposa Madeleine é algo peculiar, um casal improvável, por vezes algo disfuncional mas que acaba por resultar é algo que gostaria de ver desenvolvido nos livros seguintes. Madeleine é de alguma forma a sidekick do seu marido dando conselhos e sugestões sobre a investigação vendo todo o caso com um "novo par de olhos" sobre uma perspetiva alternativa, o que fez dela a minha personagem favorita.
O único aspeto negativo, se é que se possa considerar realmente negativo, é o facto de achar algumas personagens algo irritantes dando cabo do meu sistema nervoso, no entanto penso que era essa a intenção do autor. Se estiver correta, tenho que lhe dar os parabéns visto que conseguiu cumprir o seu objetivo em plenitude.
Também há a salientar que este livro é a obra de estreia de John Verdon. Para "escritor de primeira viagem" é impressionante as suas capacidades tanto em escrita em prosa como em verso. Com uma linguagem acessível mas incrivelmente cativante e envolvente é evidente que é uma daquelas pessoas com talento natural para a escrita, sendo por essa razão um autor extremamente promissor.

Dito isto e como este é apenas o primeiro livro de uma série , posso dizer que mal posso esperar pelo próximo capítulo nas aventuras de Gurney.
Boas leituras! :)


quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

[Opinião] Inferno - Dan Brown

Título: Inferno
Autoria: Dan Brown
Editora: Bertrand Editora
Nº de Páginas: 551
Classificação: 3/5


Sinopse: «Procura e encontrarás.»


É com o eco destas palavras na cabeça que Robert Langdon, o reputado simbologista de Harvard, acorda numa cama de hospital sem se conseguir lembrar de onde está ou como ali chegou. Também não sabe explicar a origem de certo objeto macabro encontrado escondido entre os seus pertences.

Uma ameaça contra a sua vida irá lançar Langdon e uma jovem médica, Sienna Brooks, numa corrida alucinante pela cidade de Florença. A única coisa que os pode salvar das garras dos desconhecidos que os perseguem é o conhecimento que Langdon tem das passagens ocultas e dos segredos antigos que se escondem por detrás das fachadas históricas.

Tendo como guia apenas alguns versos do Inferno, a obra-prima de Dante, épica e negra, veem-se obrigados a decifrar uma sequência de códigos encerrados em alguns dos artefactos mais célebres da Renascença - esculturas, quadros, edifícios -, de modo a poderem encontrar a solução de um enigma que pode, ou não, ajudá-los a salvar o mundo de uma ameaça terrível…

Passado num cenário extraordinário, inspirado por um dos mais funestos clássicos da literatura, Inferno é o romance mais emocionante e provocador que Dan Brown já escreveu, uma corrida contra o tempo de cortar a respiração, que vai prender o leitor desde a primeira página e não o largará até que feche o livro no final.



Opinião: Robert Langdon... So we meet again.
Este já é meu terceiro encontro com esta personagem peculiar, um encontro que demorou a acontecer visto que tinha este livrinho na minha biblioteca desde que foi publicado.
Desta vez encontramos o professor Langdon num hospital, num estado amnésico, numa situação algo confusa.
Desde logo deparei-me com uma personagem que me gritava no meu subconsciente "LISBETH SALANDER!!!" No meio de uma tremenda confusão e de uma sucessão de eventos, Langdon encontra a sua bondgirl desta aventura; a doutora Sienna Brooks, a "típica" jovem atraente e inteligente que acaba inevitavelmente por ter um fraquinho pelo professor a que Brown já nos habituou. 
A grande parte da ação ocorre em Florença, onde somos levados a passear e a conhecer alguns dos seus lugares mais célebres, o que claro, fez com que eu tivesse uma vontade enorme de apanhar o primeiro voo para lá.
Há vários aspetos que me cativaram nesta obra, para além das descrições de fazer inveja da cidade, todos os factos históricos e neste caso específico sobre Dante e a sua Divina Comédia ( tenho mesmo que ler essa obra, nem que seja a última coisa que faça) é o que mais me agrada nas obras de Dan Brown. Gostei bastante de este livro se debruçar sobre as problemáticas que afetam a Humanidade em especial a sobrepopulação apesar de ser absolutamente aterrador e de praticamente me desencadear uma crise existencial daquelas que me deixam paralisada sem saber que rumo dar à minha vida durante uns bons tempos. Não sei se serei apenas eu, mas acho imensa piada ao facto de um professor universitário e importante simbologista usar um relógio do Rato Mickey e este objeto ser de facto como o "cobertor" de segurança das crianças.
No entanto, esta obra não passou de medíocre uma vez que se trata de exata mesma fórmula dos livros anteriores: o cenário e o assunto diferem, mas a história e as personagens são iguais e isto, na minha opinião, no primeiro e no segundo livro não me incomoda mas a partir começa a cansar e quando ouço os rumores de que haverá 12 livros começo a questionar quem terá paciência para tanta repetição. Para além disso, a história não precisava de tantas voltas e reviravoltas, especialmente para um desfecho bastante previsível. Por fim não gostei muito do uso que o autor deu a Sienna no sentido em que a usou para preencher todos os buracos da história, tudo bem que é uma mulher prodigiosa e versátil mas daí a adaptar-se a todas as situações possíveis e imagináveis e de estar envolvida em tudo e mais alguma coisa vai um passo grande.

Resumindo e concluindo, tudo bem Dan Brown que descobriste a chave para o sucesso mas inovar não te fazia mal nenhum.

Boas leituras! :)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Um Recomeço....

Bem, aqui estou eu 3 anos depois...
Para quem não sabe (ou seja, toda a gente penso eu) à cerca de 3 anos tinha um blog com o mesmo titulo, praticamente o mesmo endereço, praticamente tudo igual a este blog.
Nessa altura o blog era uma das minhas grandes alegrias, era um espaço onde trocava opiniões, onde podia expressar o meu enorme amor pela leitura. À custa disso fiz amizades, conheci pessoas novas e muito sinceramente cresci como pessoa.
Então porque parei?? Pergunta ninguém mas eu respondo à mesma....
Porque tive que fazer uma escolha, era continuar com o blog e perder a minha sanidade mental, ou perder o blog e compor a minha vida "real", acima de tudo senti que devido ao descontrolo, à minha incapacidade de gerir tudo, as minhas postagens estavam a perder qualidade e eu sendo a pessoa obcecada com a perfeição que sou não conseguia lidar com isso.
Em 3 anos muita coisa mudou, até a minha paixão pela leitura, que aumentou exponencialmente, e finalmente sinto que consigo voltar a esta atividade que tanto adorava.

Porquê regressar então??? Porque sinto imensas saudades disto, sinto imensas saudades de poder falar (ou melhor, escrever) sobre algo que me apaixona, sinto imensas saudades de uma comunidade que me acolheu de braços abertos quando criei o meu blog à 4 anos atrás. Porque mal voltei a abrir a minha conta do blog passados 3 anos descobri que muitos dos meus amigos acabaram por, tal como eu, abandonar esta atividade, mas outros tantos ainda continuam por aqui, com a mesma paixão de sempre.

Que isto seja o recomeço de uma aventura...

Boas leituras! :)